A IGREJA DE CRISTO NO PÓS-PANDEMIA
A IGREJA DE CRISTO NO
PÓS-PANDEMIA
Ser igreja, ser corpo de Cristo
sempre foi um desafio, especialmente para aqueles obreiros que entendem a
dimensão do seu chamado perante Deus e os homens. No entanto, ser igreja após
esta PANDEMIA com certeza será um desafio ainda maior. Gostaria de fazer
algumas observações:
1. A igreja não poderá ter medo de
mudanças; pois, algumas,
serão absolutamente necessárias; não podendo dogmatizar e nem
"espiritualizar", "sacramentalizar" nossas práticas, pois
serão mudanças culturais e não de épocas
ou costumes.
Mudanças não são nem boas nem más: São apenas
mudanças! Nós apenas as descodificamos a favor do evangelho, a favor do
reino de Deus!
Por quantas mudanças a igreja de Cristo já teve de passar? Essa é apenas mais uma! Só não podemos
cometer os mesmos erros! Se você olhar para a história da igreja, verá
que ela teve que se ajustar à cultura da sua época (não a igreja “fundamento”,
a igreja “sã doutrina”; mas a igreja composta por pessoas, a igreja instituição).
Quanto tempo a igreja
levou para entender que não podia brigar com os jovens; mas falar sua língua? Quanto prejuízo!
Quanto tempo a igreja
levou para entender o fenômeno da nova música? Quanto prejuízo!
Quanto tempo a igreja
levou para entender que a estrutura administrativa, litúrgica não era a
essência? Quanto
prejuízo!
2. Não poderá ter medo da tecnologia (ela
será uma aliada e não uma inimiga). A igreja deverá investir em novas
tecnologias.
Já há um livro reunindo os melhores
artigos dos melhores pensadores cristãos sobre esse tema. São unânimes em
reconhecer isso. Entraremos na era da
igreja virtual, do pastor virtual, da membresia virtual.
Com que ferramentas a igreja irá
entrar para esta era e ser relevante? Eles falam do quanto, nessa igreja virtual,
o pastor deverá cuidar da sua imagem, da imagem da sua igreja; e, aqui, cuidar
da imagem tem os dois sentidos: como corpo de Cristo, sendo uma igreja bíblica,
saudável, relevante; mas, também, no sentido midiático. Se é a “primeira
impressão que fica”, então será através dessa “imagem” que ela irá expandir ou
retrair-se!
3. Se o ensino tradicional (EBD) já estava
comprometido – antes da pandemia -, agora, ficará ainda mais; pois haverá um novo conceito de
ensino e sua prática.
Qual igreja irá conseguir trazer seus membros para os bancos do templo para
ouvir a explanação de uma lição que já está na internet; a que todos já tiveram
acesso? Quando todas as escolas passaram pela experiência do ensino remoto - e
que veio para ficar? As faculdades já são online; a maioria dos cursos estão
online. As igrejas terão que reinventar sua estrutura e conceito de ensino.
Quem sabe tendo um ministério de
ensino por módulos; ou, talvez, a partir de inscrições em temas relevantes.
4. Atenção especial deverá ser dada à
terceira idade, pois o estigma do "Grupo de Risco" não sairá mais,
especialmente quanto ao trabalho e mobilidade. Quem sabe com um novo olhar, aproveitando o
potencial dessa geração que tanto tem a nos ensinar com sua experiência.
Além do país estar ficando um país de
idosos, essa pandemia veio para realçar as necessidades dessa geração que não
poderá mais ser ignorada.
5. O púlpito não poderá ignorar a
imposição dos novos temas.
A mídia está bombardeando nossa sociedade com novos temas. Como ignorar o tema
da discriminação, do convívio com o diferente, da tolerância, do racismo, da
violência contra a mulher, da violência contra a criança?
6. O cuidado mútuo, a assistência aos mais
vulneráveis assumirá uma nova dimensão. Não se trata da questão se a igreja irá fazer assistência
social ou não: Será a imposição de uma mudança cultural! Não se briga com uma
mudança cultural – apenas
se verifica como vestir a roupa do verdadeiro cristianismo nela, para que possa
ser usada a favor da expansão do reino -.
7. A natureza do pastoreio, também virá
com uma nova dimensão, tanto no aconselhamento como na pregação. O pastor
não aconselhará mais somente seu rebanho (também haverá o rebanho virtual), bem
como não pregará mais somente para seu rebanho (haverá o rebanho virtual. Qual o impacto disso na qualidade do sermão?).
A relação pastor/ovelha não será mais
a mesma, pois aquele vínculo centrado numa relação emocional, sentimental
sofrerá um grande abalo. O pastor terá que se adequar a suprir as necessidades
da sua ovelha ou não ovelha num mundo virtual – ele existirá! -.
A forma de recepção de membros; as
Assembleias, tudo terá que ser repensado!
8. A dinâmica do culto, das celebrações
deverá ser revista.
Quanto tempo as pessoas aguentarão ouvir um sermão num culto online? A liturgia
de um culto online poderá ser a mesma de um culto presencial? Lembra que,
agora, você terá os dois rebanhos: Um
presencial e um virtual!
As gafes num culto presencial tem um
efeito minimizado; bem como podem ser trabalhadas, consertadas no momento; mas
num culto online, elas são ampliadas e não há essa possibilidade!
9. A importância dos Pequenos Grupo sairá
fortalecida. Agora,
talvez, não mais como um “modismo”, mas porque se verificou, na prática, sua
relevância. A pandemia veio realçar sua importância. Muitas igrejas
sobreviveram graças aos seus pequenos grupos.
Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!
